“Decorridos quarenta anos, apareceu-lhe, no deserto do monte Sinai, um anjo, por entre as chamas de uma sarça que ardia. Disse-lhe o Senhor… Vi, com efeito, o sofrimento do meu povo no Egito, ouvi o seu gemido e desci para libertá-lo. Vem agora, e eu te enviarei ao Egito. ” At 7.30,33,34
Essa foi uma longa espera, em preparação para uma grande missão. Quando Deus parece “tardar”, ele não está inativo. Está preparando seus instrumentos, está deixando amadurecer nossos poderes; e no momento aprazado, nos levantaremos à altura da nossa tarefa. Mesmo Jesus de Nazaré permaneceu trinta anos no silêncio, crescendo em sabedoria, antes de começar sua obra. – Dr. Jowett
Deus nunca está com pressa. Ele gasta muito tempo preparando aqueles que pretende usar para um serviço mais importante na sua obra. Ele nunca considera o tempo da preparação demasiadamente longo nem desnecessário.
O ingrediente mais difícil de se suportar é, muitas vezes, o tempo. Um golpe agudo e rápido é suportado mais facilmente, mas quando um sofrimento se arrasta por anos longos e monótonos, e a cada dia continua presente, com a mesma rotina enfadonha de irremediável agonia, o coração perde a força, e, sem a graça de Deus, certamente cairá num amargo desespero. Longa foi a prova de José, e, muitas vezes, Deus tem de gravar suas lições no nosso coração por meio do fogo de uma dor prolongada. ”Assentar-se-á como um ourives e refinador de prata”, mas ele sabe por quanto tempo, e como um verdadeiro ourives ele diminui o fogo no momento em que vê a sua imagem no metal brilhante. Podemos não ver agora o resultado do plano grandioso que Deus está ocultando na sombra de sua mão; e este pode ser-nos ainda oculto por muito tempo; mas a fé pode estar certa de que ele está assentado no trono, esperando calmamente pela hora em que, em arrebatamento e adoração diremos: “Todas as coisas contribuíram juntamente para o bem.” Sejamos, à semelhança de José, mais cuidadosos para aprender as lições na escola da dor, do que ansiosos pela hora do livramento. Há um “se necessário” para cada lição, e quando estivermos prontos, por certo virá o livramento, e descobriremos que não poderíamos ter permanecido firmes no nosso posto de serviço, sem as lições que aprendemos na fornalha da provação. Deus está nos educando para o futuro, para um serviço mais elevado e para bênçãos mais sublimes; e se temos qualidades que nos habilitam para uma posição de autoridade, nada nos poderá impedir de ocupá-Ia, quando chegar o tempo de Deus. Não roubemos da mão de Deus o amanhã. Devemos dar-lhe tempo para falar conosco e revelar-nos a sua vontade. Ele nunca está atrasado; aprendamos a esperar.