LEITURA BÍBLICA
2 Pedro 1.16-21.
16 – Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas, mas nós mesmos vimos a sua majestade,
17 – porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica glória lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me tenho comprazido.
18 – E ouvimos esta voz dirigida do céu, estando nós com ele no monte santo.
19 – E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração,
20 – sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação;
21 – porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.
INTRODUÇÃO
Neste domingo, veremos por que a leitura da Bíblia é-nos tão imprescindível e vital. Aliás, mais imprescindível do que o ar que respiramos e mais vital do que o pão que nos sustenta (Dt 8.3). Tem você a necessária disciplina para ler e estudar a Bíblia? Faz-se a Palavra de Deus parte de seu cotidiano? (Sl 119.97). Ou ela já se perdeu entre os livros de sua estante?
I. O QUE É A BÍBLIA
1. Definição.
A definição mais simples, porém direta e forte, que encontramos das Escrituras Sagradas é esta: A Bíblia é a inspirada e inerrante Palavra de Deus. Infelizmente, nem todos os teólogos aceitam a ortodoxia deste conceito; alegam que, neste, há um desconcertante simplismo. Todavia, encontra-se esta definição isenta do erro dos liberais e livres das sutilezas dos neo-ortodoxos.
2. A posição liberal.
Os liberais sustentam que a Bíblia apenas contém palavras de Deus, mas não é a Palavra de Deus. Outros liberais vão mais longe: asseveram que a Bíblia não é nem contém a Palavra de Deus; não passa de um livro qualquer.
3. A posição neo-ortodoxa.
Já os neo-ortodoxos lecionam: a Bíblia torna-se a Palavra de Deus à medida que, alguém, ao lê-la, tem um encontro experimental com o Senhor Jesus. Todavia, quer o leitor da Bíblia curve-se quer não se curve ante os arcanos divinos, continuará a Bíblia a ser a Palavra de Deus.
4. A posição ortodoxa.
Os ortodoxos, porém, com base nas Sagradas Escrituras, asseveramos que a Bíblia é, de fato, a Palavra de Deus. Ela não se limita a conter a Palavra de Deus; ela é a Palavra de Deus. Ela também não se torna a Palavra de Deus; ela é e sempre será a Palavra de Deus (2 Tm 3.16).
II. AS GRANDES REIVINDICAÇÕES DA BÍBLIA
É de fundamental importância tenhamos sempre, no coração, as grandes reivindicações da Bíblia Sagrada: sua inspiração, inerrância, infalibilidade, soberania e completude.
1. A inspiração da Bíblia.
Já que a Bíblia é a Palavra de Deus, sua inspiração não é comum nem vulgar; é singular e única, porquanto inspirada pelo Espírito Santo. As Escrituras mesmas reconhecem sua divina inspiração (2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21).
2. A inerrância da Bíblia.
Inspirada divinamente, há que se concluir: a Bíblia acha-se, em termos absolutos e infinitos, isenta de erros. Nela, não encontramos a mínima inexatidão quer histórica, quer geográfica, seja teológica seja doutrinária (Sl 19.7;119.140).
REFLEXÃO
“A Escritura é uma revelação e proclamação de vida, mas quando é rejeitada é uma proclamação de morte (Dt 30.15;2 Co 2.16).”
(John R. Higgins)
3. A infalibilidade da Bíblia.
A Bíblia não é apenas inerrante; é também infalível. Tudo o que o Senhor prometeu-nos, em sua Palavra, cumpre-se absolutamente. Entretanto, há teólogos que alegam defender a infalibilidade da Bíblia, mas lhe rejeitam a inerrância. Ora, como podemos considerar algo infalível se é errante? Sua errância, por acaso, não virá a contraditar-lhe, inevitavelmente, a infalibilidade?
Quanto a nós, reafirmamos: tanto a inerrância quanto a infalibilidade da Bíblia são incontestáveis (Dt 18.22;1 Sm 3.19; Mc 13.31; At 1.3).
4. A soberania da Bíblia.
Evangélicos e herdeiros da Reforma Protestante, confessamos ser a Bíblia a autoridade suprema em matéria de fé e prática (Is 8.20; 30.21; 1 Co 14.37). Isto significa que encontra-se a Bíblia acima das tradições e primados humanos; ela é a inquestionável e absoluta Palavra de Deus.
5. Completude da Bíblia.
O Apocalipse encerrou, definitiva e irrecorrivelmente, o cânon da Bíblia Sagrada; nenhuma subtração, ou adição, está autorizada à Palavra de Deus (Ap 22.18-21). Portanto, não se admite quaisquer escrituras, profecias, sonhos ou visões que, arrogando-se palavra de Deus, reivindique autoridade semelhante ou superiora Bíblia.
III. COMO LER A BÍBLIA
Afirmou com muita precisão o teólogo Martin Anstey: “A qualificação mais importante exigida do leitor da Bíblia não é a erudição, mas sim a rendição; não a perícia, mas a disposição de ser guiado pelo Espírito de Deus”. Estudemos, pois, a Palavra de Deus, conscientes de que o Senhor continua a falar-nos hoje como outrora falava a Israel e à Igreja Primitiva. Devemos, por conseguinte:
1. Amar a Bíblia.
Nossa primeira atitude em relação à Bíblia é amá-la como a inspirada Palavra de Deus. Declara o salmista todo o seu amor às Escrituras: “Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia” (Sl 119.97).
2. Ter fome da Bíblia.
Se tivermos fome pela Bíblia, haveremos de lê-la todos os dias. Se é penoso passar sem o pão de cada dia, como privar-se do alimento que nos vem diretamente do Espírito de Deus as Sagradas Escrituras? O profeta Ezequiel, tão logo encontra a Palavra de Deus, come-a (Ez 3.3).
3. Guardar a Bíblia no coração.
Ao cantar as belezas da Palavra de Deus, o salmista confessa ternamente:
“Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti” (Sl 119.11).
Os leitores periféricos da Bíblia lêem-na, mas dela se esquecem. Não assim o suave cantor de Israel; mesmo fechando-a depois de seu devocional, abria-a em seu coração.
4. Falar continuamente das grandezas singulares da Bíblia.
Eis o que Moisés prescreve aos filhos de Israel, a fim de que estes jamais venham a se esquecer dos mandamentos do Senhor:
“Estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; e as intimarás ateus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por testeiras entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas”
(Dt 6.6-9)
IV. OS EFEITOS DA BÍBLIA EM NOSSA VIDA
Quanto mais lermos a Bíblia, mais sábios nos tornaremos. Ela orienta-nos em todos os nossos caminhos; consola-nos quando nenhum consolo humano é possível; mostra-nos a estrada do Calvário e leva-nos ao lar celestial.
1. A Bíblia dá-nos sabedoria.
“Os teus mandamentos me fazem mais sábio que os meus inimigos; porque, aqueles, eu os tenho sempre comigo” (Sl 11 9.98 – ARA).
2. A Bíblia dá-nos a orientação segura.
“Tu és a minha rocha e a minha fortaleza; … guia-me e encaminha-me” (Sl 31.3).
3. A Bíblia dá-nos o necessário consolo.
“Isto é a minha consolação na minha angústia, porque a tua palavra me vivificou” (Sl 119.50).
4. A Bíblia dá-nos a provisão de salvação.
“Desfalece-me a alma, aguardando a tua salvação; porém espero na tua palavra” (Sl 119.81 -ARA).
5. A Bíblia leva-nos ao lar celeste.
No encerramento do cânon sagrado, somos revigorados com a viva esperança de, um dia, virmos a tomar posse da Cidade Santa (Ap 22.18-20).
CONCLUSÃO
Tem você lido regularmente a Bíblia? Ela é o seu consolo? Ou não passa a Palavra de Deus de um simples acessório em sua estante? É hora de nos voltarmos, com mais empenho e amorosa dedicação, ao Livro de Deus.